PSICÓLOGA TESE DE DOUTORADO Indice | Home | Introdução | Revisão Literatura | Prop. e Plano Trab. | Material e Métodos | | Resultados | Discussões | Influência Música na Hiperatividade | | Interferência Música no Comportamento | Resultados da Interferência | | Discussão da Influência | Discussão Geral | Conclusões | Anexos | RESULTADOS 5.1 Meninos indicados como irrequietos: percepção das professoras
O questionário dado às professoras constou de duas partes: na primeira solicitou-se que fornecessem informações pessoais (Tabelas 1, 2 e 3), e na segunda, que respondessem perguntas sobre os meninos indicados como irrequietos (Anexo 10).
A Tabela 9 apresenta os dados referentes às respostas das professoras que afirmaram ter menino irrequieto, em suas classes; e abaixo são apresentadas as perguntas. 1. "Total de crianças na sala de aula"; 2. "Você tem algum menino que é considerado irrequieto? Cite o nome (nomes), e na coluna de repetência assinale a situação escolar do(s) mesmo(s)". Tabela 9: Caracterização das salas de aulas estudadas, número de meninos indicados como irrequietos e de repetências entre os mesmos
A Tabela 9 observa-se que do Total de 147 meninos, 34 foram indicados como irrequietos (23,13%), mostrando maior número de meninos não percebidos como irrequietos (76,87%), por suas professoras. Nota-se que dos 34 meninos indicados, 17 deles (50,00%) participaram do estudo porque preencheram os critérios estabelecidos por esta pesquisa. Os demais meninos não participaram, ou porque os pais não quiseram, ou porque eram repetentes da segunda série. Nas perguntas em que as professoras apontaram comportamentos percebidos como indicativos dos 17 meninos percebidos como irrequietos, os dados foram agrupados segundo SOUZA (1985), em Categorias de Estado, de Movimentos específicos e Partes do corpo das crianças (Anexos 32, 32.1, 32.2 e 32.3). De forma a dar uma idéia qualitativa da movimentação corporal dos meninos considerados como irrequietos, nas salas de aula, essas categorias foram reagrupadas por um critério mais molar procurando levar em conta a orientação e/ou a função do movimento em relação ao meio. A seguir são apresentadas as perguntas e os dados referentes às mesmas. 3. "O que você percebe em cada um dos meninos que a faz dizer que ele é irrequieto?"; 4. "Cada menino indicado como irrequieto é diferente dos não irrequietos, em que?". Olhos Os movimentos dos olhos foram agrupados em: Social e Outros. Os comportamentos apontados pelas professoras relativos a esta parte do corpo são apresentados na Tabela 10. Tabela 10: Porcentagens de respostas às perguntas conforme categorias de movimento dos olhos percebidos pelas professoras, ao indicarem os meninos como irrequietos*
A Tabela 10 e a Matriz de Tabulação I descrevem que os olhos foram percebidos orientando-se mais para o Social, especialmente para o "colega", quando o menino indicado como irrequieto foi avaliado individualmente (terceira pergunta). Quanto ao agrupamento Outros, o olhar "não identificado" foi destacado quando o menino indicado foi comparado com outro menino não percebido como irrequieto (quarta pergunta), por suas professoras. Braços e Mãos Braços e mãos tiveram os movimentos agrupados em Tarefa Escolar, Social e Manipulação Simples. Os dados fornecidos pelas professoras são apresentados na Tabela 11. Tabela 11: Porcentagens de respostas às perguntas conforme categorias de movimentos de braços e mãos percebidos pelas professoras, ao indicarem os meninos como irrequietos*
A Tabela 11 e a Matriz de Tabulação II mostram que as professoras ao considerarem individualmente os meninos indicados como irrequietos percebem mais a movimentação dos braços e mãos no reagrupamento Manipulação Simples (terceira pergunta); nesta categoria os meninos "apoiaram dedo na boca", "puxaram carteira", "friccionaram o lápis com as mãos", "manipularam borracha". Ao avaliarem o menino considerado irrequieto, comparativamente ao não irrequieto (quarta pergunta), as professoras mostraram que lhes eram mais conspícuos os movimentos de braços e mãos direcionados ao Social. Nos meninos irrequietos destacam-se nos movimentos de braços o "cutucar, puxar e bater no colega". Pernas e Pés A Tabela 12 apresenta os movimentos de pernas e pés percebidos pelas professoras ao indicarem os meninos como irrequietos; os movimentos foram reagrupados em Movimento Sem Deslocamento, Movimento Com Deslocamento e Movimento Social. Tabela 12: Porcentagens de respostas às perguntas conforme categorias de movimentos de pernas e pés percebidos pelas professoras, ao indicarem os meninos como irrequietos*
A Tabela 12 e a Matriz de Tabulação III descrevem que as pernas e pés se movimentaram mais no reagrupamento Movimento Com Deslocamento quando o menino considerado irrequieto foi percebido individualmente (terceira pergunta), e quando foi comparado a outro não indicado como irrequieto (quarta pergunta), por sua professora. Nesta categoria o considerado irrequieto foi percebido "andando", "chutando" e "levantando / sentando". Boca A Tabela 13 mostra os movimentos dos sons articulados emitidos pela boca, que foram reagrupados em Social Verbal e Movimento SimplesCom Som. Tabela 13: Porcentagens de respostas às perguntas conforme categorias de movimento de boca percebidos pelas professoras, ao indicarem os meninos como irrequietos*
A Tabela 13 e a Matriz de Tabulação I descrevem que o movimento de sons articulados foi mais mencionado pelas professoras no reagrupamento Social Verbal; o menino considerado irrequieto foi percebido "falando com o colega" (terceira e quarta pergunta). No reagrupamento Movimento Simples Com Som, o menino irrequieto "resmungou", "cantou" e "chorou". A parte do corpo Cabeça / Tronco foi mencionada com apenas uma ocorrência em Movimento Simples de Cabeça para os Lados. Com o objetivo de se ter uma idéia geral da percepção da professora ao indicar um menino como irrequieto, as partes do corpo foram comparadas entre si. A Tabela 14 apresenta as porcentagens dos movimentos ocorridos em olhos; boca; braços e mãos; pernas e pés. Tabela 14: Porcentagens de respostas às perguntas conforme categorias de movimentos de boca, braços e mãos, pernas e pés, percebidos pelas professoras, ao indicarem os meninos como irrequietos.
A Tabela 14 e a Matriz de Tabulação IV mostram as porcentagens de cada parte do corpo, evidenciando que as professores ao observarem individualmente o menino indicado como irrequieto (terceira pergunta) mostraram perceber mais os movimentos de braços e mãos, comparativamente às demais partes do corpo. Com os braços e mãos os meninos irrequietos "apontaram lápis", "pegaram objeto escolar"; "apagaram caderno"; "puxaram carteira"; "friccionaram o lápis com as mãos"; "apoiaram mão na cabeça"; "apoiaram mão na boca"; "cutucaram o colega"; "puxaram o colega"; "bateram no colega". Nota-se ainda que as professoras ao compararem o menino indicado como irrequieto com outro não irrequieto ressaltaram que os movimentos de pernas e pés são mais percebidos (quarta pergunta). Com as pernas e pés os meninos indicados "bateram os pés no chão"; "esfregaram os pés no chão"; "andaram"; "chutaram"; "levantaram / sentaram" e "chutaram o colega". A Tabela 15 mostra as porcentagens das respostas referentes à pergunta: "É a quantidade e/ou a qualidade de verbalização e movimento corporal que a leva a perceber o menino como irrequieto?". Tabela 15: Porcentagens da caracterização da quantidade e/ou qualidade da verbalização e da movimentação corporal dos meninos indicados como irrequietos, por suas professoras*
Pela Tabela 15 e Matriz de Tabulação V, observam-se porcentagens semelhantes, entre si, nas características comportamentais verbalização e movimento corporal, na classificação quantitativa. No entanto, na qualidade, notam-se porcentagens maiores em movimento corporal, comparativamente à verbalização. A Tabela 16 mostra as respostas que as professoras deram à pergunta: "A verbalização do menino irrequieto é pouca, regular ou bastante? e a movimentação corporal do mesmo é pouca, regular ou bastante?. Tabela 16: Porcentagens da quantificação da verbalização e da movimentação corporal dos meninos indicados como irrequietos, por suas professoras*
A Tabela 16 e Matriz de Tabulação VI mostraram como as professoras consideraram sendo típico dos meninos indicados as quantificações Regular e Bastante, em verbalização e movimento corporal. Comparando estas características, observa-se maior porcentagem em movimento corporal na quantificação Bastante. 5.2 Avaliação observacional da movimentação corporal de meninos não indicados como irrequietos, para construção de um parâmetro: a norma CARELLI 5.2.1 Índice Movimento A Tabela 17 apresenta o rol de freqüência da soma da movimentação corporal (olhos; braços e mãos; pernas e pés) ocorrida no índice Movimento, para cada um dos 32 meninos não indicados como irrequietos, pelas professoras. Tabela 17: Rol dos escores brutos do Índice Movimento (MOV), para os 32 meninos não indicados como irrequietos (normais), por suas professoras
Observa-se que os escores brutos representados por pontos médios das classes variaram de 140 a 520, no ápice da distribuição. Tabela 17.1: Distribuição de freqüência da Nota K Movimento (Mov.) para os 32 meninos não indicados como irrequietos (normais), por suas professoras
Nota-se que acima do terceiro quartil (Q3), oito dos 32 meninos (25,0%) apresentaram de 330 a 530 movimentos corporais, durante os 10 minutos de observação; esses movimentos corporais representaram a Nota K Movimento, que variou de 7 a 9. A Figura 1 mostra os dados da Tabela 17.1, evidenciando que o maior número de meninos normais (50,0%) agrupou-se no centro da curva, sobre a Nota K Mov. 5 e 6. A curva mostra uma diminuição no número de meninos nas extremidades, apresentando-se bilateralmente simétrica. Figura 1: Histograma da distribuição de freqüência da Nota K Movimento (Mov.) para os 32 meninos não indicados como irrequietos (normais), por suas professoras 5.2.2 Índice Alternância A Tabela 18 apresenta o rol de freqüência da movimentação corporal ocorrida no índice Alternância, para cada um dos meninos da norma (normais). Tabela 18: Rol dos escores brutos do Índice Alternância (M-OM), para os 32 meninos não indicados como irrequietos (normais), por suas professoras
A Tabela 18.1 apresenta a Nota K Alternância de cada um dos 32 meninos normais, correspondente à transformação normalizadora dos escores brutos apresentados no índice Alternância (Anexo 24). Tabela 18.1: Distribuição de freqüência da Nota K Alternância para os 32 meninos não indicados como irrequietos (normais), por suas professoras
Nota-se que dos 32 meninos, oitos deles (25,0%) apresentaram-se no primeiro quartil da norma (Q1), com 54 a 122 movimentações corporais, o que representa a Nota K M-OM de 2 a 4. Observa-se ainda que dos 32 meninos normais, 16 deles (50,0%) localizaram-se entre o primeiro e o terceiro quartil da distribuição (Q1 e Q3), apresentando de 122 a 190 movimentos corporais alternados, o que representa a Nota K M-OM de 5 a 6. Nota-se que oito meninos (25,0%) dos 32 normais localizaram-se acima do terceiro quartil (Q3), tendo apresentado de 190 a 326 movimentos corporais alternados, os quais os levaram à Nota K M-OM de 7 a 9. A Figura 2 apresenta os dados da Tabela 18.1, evidenciando que o maior número de meninos agrupou-se no centro da curva, sobre a Nota K Alternância 5 e 6 (50,0%). A curva mostra uma diminuição no número dos meninos nas extremidades, apresentando-se praticamente simétrica. Figura 2: Histograma da distribuição de freqüência da Nota K Alternância (M-OM) para os 32 meninos não indicados como irrequietos (normais), por suas professoras |